Aves

As aves são animais muito populares como animais de estimação, mas que tal estudar um pouquinho sobre estes fantásticos animais de penas?


As aves, classe de animais vertebrados, desenvolveram-se a partir dos répteis, provavelmente de um grupo de sáurios, os dinossauros. A primeira ave conhecida, Archaeopteryx, apareceu no Jurássico. Existem cerca de 13 000 espécies descritas de aves. As Aves têm o corpo coberto de penas, estando os membros anteriores transformados em asas. A pele apenas contém uma glândula única, a glândula do uropígio. A sua secreção permite que as penas repilam a água, e considera-se também de grande importância para a formação da vitamina D, a partir da acção dos raios solares sobre o ergosterol por ela segregado. A formação de substância córnea dá-se nas penas, no bico e nos tarsos, dedos e unhas. Uma vez por ano as aves mudam de penas. Os machos das aves têm em geral as penas muito mais coloridas do que as das fêmeas. Nos galináceos, aves que praticam a monogamia, os dois sexos têm em regra a mesma cor, mas se o macho é polígamo é sempre mais bonito do que a fêmea.
As cores brilhantes das aves tropicais desempenham na realidade o papel de coloração protectora: na vegetação tropical colorida pelo sol intenso confundem-se por completo com o ambiente. 
O esqueleto é leve. O crânio articula-se por um único côndilo occipital com a primeira vértebra cervical. Extensões dos pulmões formam sacos aéreos, que penetram nos ossos das asas e nos outros ossos compactos e entre os diversos órgãos do corpo. O número de vértebras cervicais varia de 8, nas aves canoras, a 23, nos cisnes. A pelve é achatada. O esterno (excepto nas ratites) encontra-se munido de uma potente crista em forma de quilha (carena), onde se inserem os músculos das asas. Os coracoideus são muito desenvolvidos. As clavículas, unidas pela interclavícula, formam a fúrcula ou toracal. Os dedos I a III fazem parte da asa, mas o I, ou polegar, encontra-se separado dos outros dedos e constitui a asa bastarda. O metatarso e os elementos distais do tarso formam o tarso-metatarso.
As características do bico e dos pés das aves correspondem a diferentes modos de vida. Assim, quanto aos pés, distinguem-se adaptações a: marchar, empoleirar, trepar, patinhar, nadar, predar, etc.; quanto aos bicos, semelhantemente, podem ser classificados como: omnívoros, granívoros, insectívoros, carnívoros, etc. Não há verdadeiro diafragma, mas somente uma membrana (diafragma ornítico) que separa da cavidade abdominal a que contém os pulmões, ou pleura. O coração tem quatro cavidades. O arco aórtico, em contraste com o dos mamíferos, é o voltado para o lado direito. A temperatura do corpo situa-se entre 40ºC a 43ºC. Os pulmões são, como já se referiu, providos de sacos aéreos que se distribuem pelo corpo. Dentro dos pulmões, os condutos aéreos não terminam em vesículas pulmonares, continuando-se por um sistema capilar contínuo. Quando uma ave está poisada, a respiração faz-se pelo arfar do peito. Mas durante o voo, automaticamente, devido aos movimentos das asas, produz-se a expansão e a contracção da cavidade torácica, estabelecendo-se a conveniente passagem de ar nos pulmões necessária à respiração. A laringe, que corresponde à dos mamíferos, é atrofiada e desprovida de cordas vocais. Os sons emitidos pelas aves são produzidos por uma espécie de laringe especial, situada mais a baixo, a siringe. As aves não têm dentes e, portanto, não podem mastigar os alimentos. Estes armazenam-se numa dilatação do esófago, o papo, e só ulteriormente, com o auxilio de pequenas pedras que foram engolidas, são triturados na moela, a qual é a parte muscular do estômago; a outra parte deste órgão é essencialmente glandular. Existem dois cegos intestinais. Os rins são alongados e situam-se em cavidade especial do esqueleto pélvico. A urina é semi-sólida e constitui a parte branca do excremento. O recto e os uréteros abrem-se na cloaca. Apenas um ovário, o esquerdo, se desenvolve, atrofiando-se o direito. A gema do ovo é envolvida sucessivamente por albumina, membrana e casca, que se formam no oviduto. Para seu desenvolvimento, os ovos têm de ser incubados, geralmente pela fêmea, mas nalgumas espécies o macho também toma parte na incubação ou tem-na exclusivamente a seu cargo. Não é absolutamente necessário manter os ovos a temperatura constante, havendo algumas curtas interrupções. O choco. O período de incubação varia muitíssimo; para os ovos de pardais é de 12 dias, para os das galinhas é de 21 dias e para os das avestruzes é de cerca de 6 semanas. No encéfalo, o cérebro e o cerebelo são altamente desenvolvidos. Os sentidos do olfacto e do tacto são pouco sensíveis, o da audição, pelo contrário, é bom, e o da visão é particularmente de grande acuidade. A membrana incitante estende-se sobre o olho, por baixo da pálpebra inferior. Os sons emitidos pelas aves são os de chamada, aviso, canto e de diversão. O canto, produzido pelo macho das aves canoras, é geralmente uma maneira de marcar a extensão do seu território, como quem diz: "este é o meu espaço vital e eu daqui não saio". Os ninhos variam muitíssimo. Algumas pernaltas incubam os seus ovos numa simples depressão do solo. Muitas aves fazem ninhos descobertos, como o corvo, mas a pega e outras espécies cobrem-no com ramagem. Certas aves, como os papa-moscas e a sora (Columba Enas) fazem os seus ninhos nas cavidades existentes nas árvores, mas os pica-paus, por exemplo, abrem-nas com o bico, pelo que causam prejuízos às árvores; convém, por isso e para tal fim, deixar de pé as velhas árvores mortas. A andorinha-das-barreiras aninha em buracos abertos nos areeiros e noutros terrenos declivosos. O salangue ( Collocalia \lestita), parente próximo dos ferreiros, constrói o ninho com saliva aglutinante, material muito apreciado na culinária chinesa. Os tecelões (Ploceus e outros) dos trópicos tecem, com ervas, ninhos em forma de bolsa. Algumas aves-parasitas dos ninhos, como os cucos, não fazem ninhos e vão pôr os ovos nos de (outras aves, deixando a estas os encargos de incubar e criar esses filhos adoptivos. As aves, quanto aos seus hábitos de dispersão, classificam-se em residentes, nómadas e migradoras. Uma espécie ou apenas certos indivíduos podem diferir no seu comportamento em diversas ocasiões e condições diferentes. Os pardais e os pica-paus são tipicamente aves residentes. Os chapins, os tagarelas-da-boémia ( BaIiiby-cilla garrulus) e os tetrazes são aves nómadas. As folosas e as andorinhas, e muitas outras aves, são tipicamente migradoras. Algumas aves, que realmente pertencem a espécies migradoras, permanecem durante o Inverno, se se acostumaram ao alimento que encontraram. É o caso, por exemplo, do pato bravo. Tem-se procurado cientificamente a causa ou causas das migrações. Parece que não é tanto pelo frio como pela falta de alimento no Inverno, mas uma das causas é, sem dúvida, o desequilíbrio hormonal relacionado com o período da reprodução. É, no entanto, difícil de explicar como as aves juvenis de cucos, falaropos e maçaricos, etc., que emigram muito depois de os seus pais terem partido, conseguem encontrar o caminho que eles seguiram para as mesmas regiões. No seu regresso às regiões nórdicas, as aves seguem o mesmo caminho, no sentido inverso, que as levou aos lugares de reprodução. As mais frequentadas vias migratórias para os países nórdicos situam-se ao longo das costas marítimas.